Como fazer um artigo de sua tese e o auto-plágio
Você defendeu sua tese e precisa publicar para conseguir o título e tambem porque o seu trabalho deve ser divulgado e publicado em uma revista científica... Isso valoriza...
E o auto-plágio?
Quando se tenta criar um novo texto a partir da sua tese, coloca-se a questão de saber se é permitido reciclar (ou seja, copiar e colar) partes da tese no artigo a publicar.
Em muitas áreas, as revistas científicas normalmente não consideram as teses - de licenciatura, mestrado ou doutorado - como publicações “adequadas”. Por isso, não se importam que copie e cole texto da sua tese para fazer um artigo.
Mas para ter 100% de certeza, verifique as regras de direitos autorais da revista em que pretende publicar.
Da tese para o artigo
Se você obteve resultados interessantes na sua tese de mestrado ou doutorado, o seu orientador irá provavelmente sugerir que “faça um artigo” sobre o assunto.
Mas a sua tese é muito mais longa do que um artigo. Então, como é que você pode condensar e como decidir o que deixar de fora?
Eis as sugestões:
Primeiro, selecione os resultados mqais importantes e crie uma história científica. A principal diferença entre uma tese e um artigo é a história: uma tese pode ser uma coleção de vários resultados, mas um artigo precisa ter uma mensagem principal e muito clara. Criar um história com começo, meio e fim é a sua principal tarefa:
Imprima separadamente todas as figuras e tabelas da sua tese, incluindo legendas que contenham a mensagem (e não apenas a descrição) de cada figura ou tabela.
Identificar o resultado principal. Muitas vezes, é claro qual é o resultado mais importante. Se não for, selecione alguns em potencial e discuta-os com os seus co-autores e orientador.
Selecione outros resultados que possam apoiar a sua mensagem principal.
Ordene os resultados numa história lógica. Você poderá reunir gráficos individuais em figuras compostas e condensar tabelas, possivelmente deixando de fora alguns que não são tão relevantes.
Discuta com os co-autores: eles aprovam os resultados selecionados e o esquema? Têm mais ideias ou pedidos?
Em seguida, escreva o manuscrito com base nos resultados selecionados. Se for permitido, recicle texto da sua tese sempre que necessário. Eis uma abordagem eficiente, semelhante ao cenário anterior:
Escreva a seção Resultados em torno das figuras e tabelas selecionadas. Tenha em mente a mensagem principal e a história científica.
Escreva a seção Métodos. Pode ser bem parecida com a tese, mas coloque referências para metodologias que já sejam bem citadas e consolidadas na literatura. Você não as criou.
Escreva a seção Discussão. Essa é a mais trabalhosa e procure fazer anotações de tudo que já leu e que corrobore e contextualize os seus resultados. Selecione os pontos relevantes da sua tese. Acrescente outros pontos se lhe ocorrerem, especialmente os relacionados com o “quadro geral” e as implicações do seu trabalho.
Escreva a introdução. Procure novas referências relevantes que tenham sido publicadas após a conclusão da sua tese, se necessário. Selecione tópicos relevantes dos que foram abordados na sua tese. Omita tópicos gerais que não sejam relevantes para o seu público-alvo (que você incluiu na sua tese para demonstrar os seus conhecimentos ao seu orientador e para a banca, mas não precisa para o artigo).
Escreva o Resumo e crie um título completo.
Reciclar e repensar
Pode parecer frustrante escrever sobre a mesma investigação de novo, em outro formato, especialmente se não lhe for permitido copiar e colar o texto previamente escrito.
Mas escrever novamente sobre o mesmo tópico leva a mais reflexão - o que pode resultar num texto qualitativamente melhor.
Você compreenderá melhor o contexto e as suas implicações.
Isto permite escrever de forma mais clara e persuasiva.
Por isso, abraçe essa reescrita. Aproveite a oportunidade de criar um texto melhor com menor esforço do que se precisasse começar do zero 😉
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