O uso de palavras "vagas" ajuda na Escrita Científica?
Na escrita científica, é prudente ser cauteloso em suas declarações, de modo a distinguir entre fatos e sugestões. Isso é comumente conhecido como “hedging” ou "linguagem protegida".
A linguagem protegida é o uso de dispositivos linguísticos para expressar hesitação ou incerteza, bem como para demonstrar polidez e fala indireta. Mas não necessariamente indica que você está em dúvida com relação aos seus resultados... Veja porque.
Uma vantagem crucial desta linguagem no mundo acadêmico é que os estudos são frequentemente interpretados por múltiplas perspectivas. Essa visão multidisciplinar inerente à ciência/escrita científica deixa espaço para melhorias e novos achados na maioria das áreas de estudos. E na redação científica é uma grande verdade...
Deve-se usar na redação científica a "linguagem protegida" para vários propósitos, mas talvez as mais fundamentais sejam as seguintes:
1. permitir que o autor planeje uma estratégia onde ele possa reconhecer que pode haver falhas em suas reivindicações, ou perspectivas diferentes, ou mesmo descobertas posteriores que irão avançar no entendimento dos resultados descritos.
2. minimizar a possibilidade de outro acadêmico se opor às reivindicações que estão sendo feitas e facilitar o aceite do trabalho, mostrando seus resultados novos e "sugestivos".
A seguir estão algumas palavras e frases que podem ser usadas para esse fim.
Verbos introdutórios - parecem, sugerem, indicam, parecem ser
Certos verbos lexicais - acredita, assume, sugere
Advérbios - possivelmente, talvez, provavelmente
Situações condicionais - poderia ser o caso…, poderia ser sugerido que…, poderia ser visto como...
Portanto, quando você escreve em seu artigo que os resultados SUGEREM que existe uma relação entre X e Y, não necessariamente você tem dúvidas sobre os seus resultados, mas você está aberto a novas visões ou interpretações sobre os seus achados.
DICA PARA SEU ARTIGO...
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